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Justiça converte prisão de médica que sequestrou bebê em Uberlândia para preventiva
5 de dezembro de 2025 às 14:34
O juiz Dimas Borges de Paula, da 5ª Vara Criminal de Uberlândia, converteu a prisão temporária da médica Cláudia Soares Alves para preventiva a prisão. A neurologista ficou conhecida no ano passado depois de raptar uma bebê, e agora é acusada de ser mandante de um homicídio, ocorrido em 2020. A vítima foi uma farmacêutica que chegava para trabalhar. Conforme a investigação, a médica encomendou a morte da farmacêutica para ficar com a filha dela.
De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime seria passional. A médica mantinha um relacionamento com o ex-marido da farmacêutica, após a separação do casal.
O casamento durou apenas dois meses. Segundo o ex-companheiro, ele decidiu se separar ao perceber comportamentos desequilibrados e sinais de transtorno de personalidade na médica, além de um desejo dela de assumir a maternidade da filha que ele tinha com a farmacêutica.
A vítima, temendo pela segurança da filha, havia proibido o contato da criança com o pai quando ele estivesse acompanhado da médica. Para os investigadores, o crime foi planejado pela mulher após o fim do relacionamento, com o objetivo de retomar o casamento e assumir o papel de mãe da criança. O crime foi executado pelo vizinho da médica, que também está preso.
Os dois – mandante e autor, foram presos em Itumbiara (GO), no começo do mês de novembro. Como a prisão temporária tem prazo para acabar, o delegado Eduardo Leal, responsável pelo inquérito, pediu à Justiça a conversão em preventiva, que é quando os suspeitos ficam presos por tempo indeterminado até a conclusão do inquérito e do processo. Inicialmente, o filho do vizinho apontado como executor do crime também foi preso, uma vez que a placa da motocicleta usada no crime era dele, mas durante a investigação ele foi solto por falta de provas.
Pessoa fria
O delegado Eduardo Leal, responsável pelo inquérito que apura o homicídio da farmacêutica em Uberlândia, ocorrido em 2020, afirmou ter se assustado com a frieza de Cláudia Soares Alves. Enquanto passava por exame de corpo de delito após ser presa, a mulher cantava a música “Take On Me”, da banda norueguesa a-ha.
“Como delegado, eu digo que em 20 anos de polícia é a pessoa com mais ausência de remorso, mais fria que já interroguei. É uma pessoa que demonstra psicopatia”, afirmou Leal. Segundo ele, a médica também é investigada por tentar comprar bebês de famílias vulneráveis em vários estados. “Tudo o que ela faz, de cometer crimes, ela compra as pessoas”, acrescentou o delegado.
Durante a prisão, os policiais encontraram na casa da mulher um quarto com berço e enxoval de menina. No berço, a médica mantinha um bebê reborn. “A investigada comprou enxoval para bebês e procurou, em outros estados da federação, crianças aptas a serem adotadas ilegalmente por ela, utilizando, nessa última conduta, fraude e aliciando pessoas vulneráveis para entregarem seus recém-nascidos”, informou a Polícia Civil ao concluir o inquérito.
Com informações: O Tempo
