Notícia
Médica é indiciada por matar farmacêutica para ficar com a guarda da filha em Uberlândia
11 de dezembro de 2025 às 15:24
A Polícia Civil de Uberlândia concluiu as investigações sobre o assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, ocorrido em novembro de 2020, em Uberlândia, e indiciou a médica Claudia Soares Alves como mandante do crime. Segundo a corporação, além de arquitetar o homicídio, a médica tentou forjar um álibi falsificando um prontuário médico e registrando uma ata notarial para simular que estava em atendimento no momento do crime.
Renata foi morta a tiros quando chegava para trabalhar em uma farmácia no Bairro Roosevelt. O atirador fugiu em uma moto após atingir a vítima com pelo menos cinco disparos. Testemunhas relataram que a vítima chegou a pedir para não ser morta.
O inquérito foi conduzido pela 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Uberlândia. De acordo com a investigação, o executor do crime foi o vizinho da médica em Itumbiara (GO), identificado por Paulo Roberto Gomes da Silva.
Os dois foram presos temporariamente e, após novas provas, tiveram a prisão convertida em preventiva, permanecendo detidos no sistema prisional de Uberlândia. O filho de Paulo também chegou a ser preso temporariamente, mas liberado por falta de provas sobre a participação dele no crime. A defesa dos dois indiciados não se manifestou.
Como o crime foi planejado
A Polícia Civil apurou que Claudia forneceu apoio logístico para o homicídio, destruiu provas durante a investigação e ainda adulterou documentos para tentar enganar a polícia. Laudos periciais confirmaram a falsificação do prontuário médico e a tentativa de criar um álibi, alegando que estava em Uberlândia na data e hora do crime apenas para se consultar.
Motivação do assassinato
Segundo as investigações, Claudia tinha um relacionamento com o ex-marido da vítima e desejava assumir a guarda da filha do casal. O delegado responsável pelo caso, Eduardo Leal, afirmou que a médica apresentava comportamento obsessivo em relação à maternidade, chegando a tentar adoções fraudulentas e até sequestrar uma recém-nascida no ano passado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), episódio pelo qual também responde na Justiça.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e à Justiça. Claudia segue presa na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, e o executor, no Presídio Professor Jacy de Assis.
Nessa semana, o desembargador Jaubert Carneiros Jaques, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), negou o pedido de habeas corpus da defesa da médica – a decisão foi na terça-feira (9/12). A defesa alegou falta de fundamentação na decisão, além de ausência de fatos recentes que justificassem a prisão. Assim, pediu medidas alternativas, como prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, o desembargador entendeu que não há ilegalidade na decisão anterior e que as condições pessoais favoráveis não afastam a necessidade da prisão preventiva.