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MG lidera casos na lista suja do trabalho escravo

8 de outubro de 2025 às 16:25

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O estado de Minas Gerais é responsável por um em cada cinco casos de trabalho análogo à escravidão registrados no Brasil.

Dos 691 casos registrados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Cadastro de Empregadores – a chamada “Lista Suja”, 151 foram identificados em território mineiro.

Essa atualização é feita duas vezes por ano, sempre nos meses de abril e de outubro; o documento reúne empregadores flagrados explorando trabalhadores em condições análogas à escravidão no país.  

Em Minas Gerais, houve um crescimento de 20% em relação ao levantamento de 2024. Em segundo lugar, vem São Paulo, com 19 novas ocorrências, Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12).

A maioria dos casos envolve pecuária de corte, serviços domésticos e cultivo agrícola, com destaque grande para a agricultura, que concentra quase 70% dos nomes incluídos.

De acordo com o superintendente do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, Minas responde por quase 20% dos casos de todo o país, mas não significa que o estado tenha mais trabalho escravo, e sim que há maior eficiência nas fiscalizações.

Vale lembrar que a legislação brasileira classifica como trabalho análogo à escravidão o emprego em que a pessoa é impedida de deixar o local de trabalho e as atividades são desenvolvidas sob condições degradantes ou em jornadas exaustivas.

Também podem ser denunciados os casos em que o patrão vigia constantemente o funcionário.

Outra forma de escravidão reconhecida aqui no país é aquela que acontece por dívida: quando o funcionário fica impedido de sair de um trabalho, por exemplo, por dever determinada quantia para o empregador.

Denúncias de casos de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelo Sistema Ipê. A denúncia é feita online e de forma sigilosa.