O presidente do Patrocinense, Roberto Eustáquio Avatar, e o ex-supervisor do clube Anderson Ibrahim, foram convidados pelo Senado Federal a falarem como testemunhas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura manipulação de resultados no futebol brasileiro, com foco em um jogo da Série D de 2024.

A partida em questão foi contra a Inter de Limeira, pela 6ª rodada da Série D, onde o Patrocinense perdeu por 3 a 0. O que despertou as suspeitas das autoridades foi o alto volume de apostas em que o Patrocinense sofreria pelo menos dois gols no primeiro tempo, o que de fato aconteceu, com três gols sofridos, sendo um contra.

A Polícia Federal (PF) já está investigando o caso e, no dia 26 de junho, deflagrou a operação “Jogo Limpo”. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede do clube em Patrocínio, além de outras cinco cidades em São Paulo e Rio de Janeiro. Documentos e celulares foram apreendidos para auxiliar na investigação.

A derrota para a Inter de Limeira aconteceu um dia antes de Anderson Ibrahim, responsável pela empresa Air Golden que administrava o futebol do Patrocinense na época, ter seu contrato rescindido.

Tanto Roberto Avatar quanto Anderson Ibrahim se mostraram dispostos a colaborar com as investigações. Avatar afirmou que estará presente na audiência para “conversar e ajudar a esclarecer o que foi isso o mais rápido possível”. Já Ibrahim solicitou a remarcação de sua audiência, por conta do nascimento de seu filho.

A CPI do Senado, instalada em abril deste ano, tem como objetivo apurar denúncias de fraude no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.

As investigações tiveram início após um ofício da CBF à PF, encaminhando um relatório de uma empresa especializada em detectar fraudes em apostas e manipulação de resultados. O documento aponta que os apostadores já sabiam que o Patrocinense perderia o primeiro tempo por pelo menos dois gols, com 99% das apostas nesse mercado indicando esse resultado.