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PCMG prende empresários suspeitos de fraudes milionárias em Frutal

26 de novembro de 2025 às 14:50

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26/11), a operação Mérito Reverso, resultando na prisão preventiva de dois empresários, de 42 e 63 anos, em Frutal, no Triângulo Mineiro.

Durante a ação também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois estabelecimentos ligados aos suspeitos, de onde veículos foram recolhidos por determinação judicial.

Ao todo, 13 ordens de busca e apreensão foram executadas em Frutal e Planura, também no Triângulo, em empresas consideradas de fachada vinculadas ao grupo investigado. A Justiça autorizou ainda a quebra dos sigilos bancário e fiscal de dez pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no esquema.

No curso da operação, os policiais recolheram três armas de fogo ilegais, além de munições, celulares, notebooks e documentos considerados relevantes para a investigação.

Segundo o delegado João Carlos Garcia Pietro Junior, as medidas judiciais também incluíram o sequestro de valores, a apreensão de veículos e o bloqueio de 13 imóveis pertencentes aos empresários, somando R$ 20 milhões.

Esquema criminoso

As investigações apontam que, no ano de 2023, os suspeitos teriam praticado nove golpes de estelionato contra vítimas de Frutal e Fronteira, no Alto Paranaíba, além de uma fraude envolvendo créditos bancários, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 1,7 milhão.

Após os golpes, os investigados teriam realizado a baixa de seis hipotecas ligadas a operações de crédito, supostamente quitadas com valores provenientes das fraudes. Em seguida, venderam 13 imóveis a terceiros em transações suspeitas que, conforme apurado, tinham o objetivo de ocultar patrimônio e impedir a atuação de credores. O grupo também ingressou com pedido de recuperação judicial em empresas já fragilizadas financeiramente, o que levantou indícios de fraude.

As investigações ainda identificaram o uso de laranjas para movimentar e vender bens, o que reforça a suspeita de lavagem de dinheiro e crimes falimentares (crimes contra a falência).

Os suspeitos podem responder por associação criminosa, estelionato e fraude na alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria, fraude à execução, fraude contra credores, indução do juiz a erro e lavagem de dinheiro.

Mérito Reverso

O nome da operação faz referência à aparente reputação comercial dos investigados, que utilizavam a credibilidade no mercado em que atuavam para aplicar golpes, ocultar bens e frustrar credores, invertendo o significado de confiança e idoneidade esperados no setor. As investigações seguem em andamento.