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PF combate esquema de documentos falsos ligados ao envio ilegal de migrantes no Leste de MG

27 de novembro de 2025 às 11:51

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A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (27), a Operação Asylum, que investiga um grupo acusado de usar documentos falsos para enviar migrantes ilegalmente ao exterior a partir do Leste de Minas Gerais. A PF estima que ao menos 65 pessoas tenham sido levadas para fora do país com o uso desses registros fraudulentos. A ação é um desdobramento da Operação Trinta Réis, de 2022, que já havia identificado um esquema de migração ilegal no Vale do Rio Doce. Na época, a análise do celular do principal investigado revelou boletins de ocorrência supostamente falsos, criados para facilitar a entrada de brasileiros nos Estados Unidos pela fronteira com o México.

As investigações mais recentes apontam que um contrabandista de pessoas do Vale do Aço, com apoio de um agente público, obtinha boletins de ocorrência por ameaça registrados de forma ideologicamente falsa, como se os migrantes fossem vítimas desse crime no Brasil. Esses documentos eram utilizados para tentar evitar a deportação nos países de destino. A PF já identificou 65 migrantes que deixaram o Brasil com esse tipo de documentação, e agora busca detalhar o funcionamento do esquema e a participação de cada envolvido.

Com base nos indícios, a Justiça Federal em Governador Valadares autorizou três mandados de busca e apreensão, cumpridos em Ipatinga e Tarumirim, em Minas Gerais, e em Novo Repartimento, no Pará. A decisão também determinou o sequestro de bens e valores até R$ 263.464,25, montante que corresponderia ao lucro obtido pelo grupo. Os investigados poderão responder por crimes como promoção de migração ilegal, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção passiva.