A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira (18/11) contra um grupo criminoso envolvido em um esquema de extração ilegal de cristais de quartzo na cidade de Arcos, na região Oeste de Minas. Os suspeitos também mantinham trabalhadores em condições análogas à escravidão.

As investigações identificaram inicialmente um grande número de garimpeiros envolvidos diretamente na extração clandestina de cristais na região de Arcos. A operação busca identificar e neutralizar os principais fomentadores da prática ilegal, responsáveis pela compra dos minerais extraídos irregularmente, além do transporte e da hospedagem dos garimpeiros.

Segundo a PF, a ação cumpriu 17 medidas cautelares dirigidas a 14 investigados e três empresas nos municípios de Arcos, Corinto, Curvelo, Diamantina, Nova Serrana, São Lourenço e Teófilo Otoni. Entre as medidas impostas estão a proibição de contato entre os investigados, a restrição de acesso às áreas de garimpo e a suspensão de atividades econômicas relacionadas ao comércio de minerais. Os mandados e medidas foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Divinópolis.

Durante a apuração, foi verificado que alguns trabalhadores eram submetidos a condições análogas à escravidão. Os suspeitos usavam armas de fogo para limitar a liberdade dos garimpeiros e controlar as atividades ilícitas, assim como proprietários de terras que alugavam seus imóveis ao grupo criminoso.

Conforme a polícia, os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa qualificada, usurpação de bens da União, crimes ambientais, receptação e comércio ilegal de produtos minerais, redução à condição análoga à escravidão, porte ilegal de arma de fogo, além de falsificação e uso de documentos falsos.