A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na terça-feira (19/8), em Passos, Sul do estado, a operação Sopro Silencioso, voltada a investigar uma estrutura criminosa responsável por apropriação indevida de valores no setor de fornecimento de insumos agrícolas.

Durante a ação, a PCMG executou medidas de sequestro de bens dos responsáveis pela fraude, visando resguardar o patrimônio das vítimas. Além disso, foram apreendidos cinco veículos, grande quantia em dinheiro, joias, bebidas e outros itens de alto padrão de consumo.

Também foi autorizado judicialmente o bloqueio de veículos registrados em nome dos investigados e das empresas diretamente envolvidas no esquema.

Segundo apurado, a fraude envolvia a manipulação de fluxos financeiros e ocultação patrimonial, configurando indícios de crimes de estelionato, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de capitais, além de possíveis infrações à legislação tributária e financeira.

As investigações indicam que a empresa alvo da operação tenha recebido pagamentos de produtores rurais mesmo após a cessão formal de créditos a fundos de investimento. Os valores, embora pagos de boa-fé, não foram repassados aos credores legítimos, gerando cobranças duplicadas, protestos indevidos e prejuízos financeiros significativos aos agricultores.

Estima-se que o prejuízo total causado pelo esquema possa chegar a R$ 80 milhões, atingindo produtores em diferentes regiões de Minas Gerais.

O delegado responsável pela operação, Felipe Capute, destacou que se trata de uma estrutura fraudulenta sofisticada, que se aproveitou da relação de confiança entre fornecedores e produtores para obter vantagem indevida.

A operação contou com o empenho de 13 policiais civis da Delegacia Regional em Passos.