Notícia
Trabalhadores em situação análoga à escravidão são resgatados em fazenda de café em MG
11 de julho de 2025 às 14:37
O Ministério Público do Trabalho e Emprego (MPT-MG) resgatou cinco homens, com idades entre 25 e 61 anos, em condições análogas à escravidão em uma fazenda de café de Santa Rita do Itueto, na região Leste de Minas Gerais. A Operação ocorreu nesta quinta-feira (10/7) e contou com o apoio da Polícia Militar (PMMG).
De acordo com o MPT-MG, os homens trabalhavam sem registro em carteira e estavam alojados em um imóvel considerado insalubre, com infraestrutura precária e alimentação insuficiente. O grupo também não tinha acesso aos equipamentos de proteção individual (EPI) para a atividade. A operação foi realizada após a denúncia de um trabalhador que fugiu da propriedade cafeeira.
Este homem, conforme o MPT-MG, havia sido detido pela polícia pelo crime de furto. No entanto, durante depoimento aos militares, ele relatou a situação enfrentada no período em que esteve na fazenda. A denúncia foi encaminhada para a Justiça, que incentivou a operação. As equipes verificaram que os trabalhadores dormiam em colchões finos e sem roupas de cama, em um espaço com teto danificado, janelas frágeis e sem forro. A alimentação era à base de arroz e ovos.
O superintendente do MPT-MG, Carlos Calazans que o órgão tem recebido muitas denúncias de trabalhadores em condições análogas à escravidão neste período de colheita de café – que vai de maio a setembro, principalmente nas regiões leste e sul de Minas Gerais. Ainda de acordo com o superintendente, os trabalhadores disseram aos auditores que não poderiam deixar a fazenda antes do fim da colheita, pois eram ameaçados.
Durante a operação desta quinta-feira (10), foi constatado que os trabalhadores tinham valores devidos para receber, que foram quitados somente após a intervenção da fiscalização. Segundo o MPT-MG, o dono da propriedade reconheceu as más condições de trabalho e alegou não ter condições financeiras para arcar com as despesas de transporte e verbas rescisórias. O caso será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF).
Com informações: O Tempo
