Duas mulheres foram detidas no último domingo (9/11) em Uberlândia, após cometerem injúrias raciais contra uma criança e um homem negros durante uma partida de um campeonato de futebol infantil. O caso ocorreu nas dependências do Clube Vila Olímpica, que sediava jogos da Copa Uberlândia de Futebol Infantil.

Segundo testemunhas, as torcedoras, que acompanhavam o time adversário, teriam chamado um dos meninos em campo de “pobre favelado preto” no momento em que ele se preparava para cobrar um pênalti. O garoto ouviu as ofensas, ficou abalado e acabou desperdiçando a cobrança, o que gerou revolta na torcida de seu time e provocou tumulto nas arquibancadas.

Durante a confusão, o pai de outro jogador da mesma equipe também foi alvo de insultos racistas, sendo chamado de “macaco” pelas suspeitas.

Diante do aumento da tensão, seguranças do clube e policiais militares precisaram intervir para conter os ânimos e evitar agressões físicas. As duas mulheres foram conduzidas à delegacia, onde negaram as acusações. Elas assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e vão responder em liberdade.

Em nota, o Uberlândia Futebol Clube, proprietário do Vila Olímpica, repudiou o episódio:

“O clube repudia qualquer forma de intolerância, seja racial, sexual, religiosa ou de qualquer natureza, reafirmando seu compromisso com o respeito, a inclusão e a convivência harmônica em todas as suas atividades e eventos.”

A organização da Copa Uberlândia de Futebol Infantil também se manifestou, classificando o caso como “inadmissível”:

“Não compactuamos com comportamentos racistas. Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para apurar e coibir tais atitudes. Nosso objetivo é manter o torneio como um exemplo de inclusão, respeito e fair play, valorizando cada atleta, independentemente de cor, origem ou condição.”

O caso foi encaminhado à Polícia Civil.