O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) finalizou a primeira etapa da investigação sobre a morte da universitária Vitória Alyce Pereira Cardoso, de 19 anos, que faleceu no dia 3 de abril após passar mal em um ônibus e ser levada para a UAI Tibery, em Uberlândia. O relatório, apresentado nesta segunda-feira (27), revela que houve omissão de socorro por parte de diversos profissionais de saúde da unidade.
Segundo o promotor Paulo Cesar de Freitas, responsável pelo caso, servidores qualificados e com o dever legal de agir se omitiram completamente, mesmo diante da situação grave de Vitória. Quando finalmente decidiram agir, outros servidores perderam tempo crucial ao não atender Vitória no ônibus e transportá-la para dentro da UAI.
Morte evitável
O MPMG conclui que o óbito de Vitória poderia ter sido evitado se a equipe da UAI tivesse agido de forma correta e dentro do tempo hábil e vai instaurar um inquérito criminal para apurar as responsabilidades pela omissão de socorro e definir as sanções penais cabíveis aos profissionais envolvidos. O Código Penal prevê punição para aqueles que deixam de prestar socorro em situações que coloquem em risco a vida de outrem.
Medidas administrativas
A Secretaria Municipal de Saúde também abrirá um procedimento administrativo para investigar a atuação da Missão Sal da Terra, responsável pela administração da UAI Tibery. As medidas cabíveis serão tomadas com base nas conclusões do relatório e nas análises em andamento.

Missão Sal da Terra responde

A entidade informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre o relatório do MPMG, mas se manifestou em nota, afirmando que “ainda não teve acesso ao relatório final” e que “está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que está ciente do relatório e que, além da abertura do procedimento administrativo, está analisando as recomendações do MPMG para tomar as medidas cabíveis.